O mecanismo pelo qual vemos as cores é extremamente complicado. Envolve três tipos diferentes de cones da retina. Os sinais que eles geram têm que ser classificados no cérebro para decidir exatamente que cor e forma estamos vendo. Um pequeno erro nesse mecanismo pode levar a uma forma de daltonismo. E muito raro o daltonismo completo, onde nós só poderíamos ver em branco e preto.

Em vez disso, nosso reconhecimento de cores é distorcido. Pode ser muito pequeno, ou bem sério, como em pessoas que não podem distinguir o vermelho do verde. Isto é, obviam desvantajoso do que ser incapaz de distinguir o amarelo do laranja, ou alguma outra forma branda de daltonismo.

O daltonismo é uma condição hereditária, geralmente afetando os homens. Na Europa e América do Norte, ele afeta cerca de 8% da população, e é muito menos comum em alguns grupos étnicos, tais com os esquimós.

Você poderia pensar que o daltonismo é um problema sério e preocupante, mas muitas pessoas que têm esse defeito visual são quase inconscientes dele, a menos que se submetam a um teste especial para revelá-lo. Até motoristas, que são cegos para o vermelho-verde, raramente cometem erros quando cruzam os sinais de trafego, que eles reconhecem devido à posição das luzes mais do que suas cores verdadeiras.

Experiência e visão

O que nós vemos não é apenas uma imagem na superfície do cérebro. A imagem que vemos é adaptada, alterada e "melhorada" pelo cérebro até que possamos entendê-la completamente.

Quando olhamos para alguém de pé, muito próximo, nosso cérebro nos diz que a pessoa não é realmente um gigante, mas do mesmo tamanho que alguém de pé mais longe, que nos pareceria muito pequena. Sabemos disso por experiência.

Como o cérebro sempre tenta fazer sentido do que vemos, é facilmente enganado por figuras que não se encaixam em nossas experiências prévias. Nós esperamos que uma escada seja uma escada, de modo que, se o artista a torna algo diferente, o olho (ou o cérebro) recusa-se a aceitar isso. Nestas gravuras intrigantes, o cérebro luta para forçar os desenhos impossíveis a se encaixarem em padrões mais familiares. Algumas vezes, a estrutura e o funcionamento

do olho podem ser postos em uso para criar um efeito deliberado. Quando olhamos um filme, constituído de uma série de imagens, cada uma apenas um pouco diferente, o olho não responde suficientemente rápido para detectar as pequenas diferenças em cada imagem, o que, de outra maneira, faria os movimentos parecerem tremidos. O cérebro vê o filme todo como um movimento suave e contínuo.

Cores que confundem

O olho e o cérebro parecem associar as cores em pares, tais como azul e amarelo ou vermelho e verde. De alguma maneira, as cores agem como opostas. Se você olhar fixamente, por 30 segundos, uma mancha de vermelho brilhante, e depois fechar seus olhos, você "verá" a mancha em verde por alguns segundos, antes de desaparecer. O mesmo efeito terá lugar com o azul e amarelo. Esses pares são chamados de cores complementares.

Ao contrário de algumas outras cores, as cores complementares não se misturam eficientemente. E fácil visualizar um azul-esverdeado ou um amarelo-avermelhado, mas é impossível imaginar um verde-avermelhado ou um amarelo-azulado.

O olho não tem esses problemas quando as cores são quebradas em pedaços muito pequenos. As ilustrações coloridas deste livro são formadas de milhares de minúsculos pontos de apenas 3 cores - vermelho, azul e amarelo - junto com o preto.

Eles são fundidos pelo olho para formar cores e texturas uniformes que o cérebro aceita. O padrão pode ser alargado para tamanhos muito maiores e ainda será reconhecível, mas apenas se os olhos se estreitarem de modo que as bordas dos pontos fiquem borradas.

Mais do que ser visível

O que vemos não é a mesma coisa que pensamos que vemos. Se fosse possível registrar os impulsos nervosos saídos da retina, para produzir uma imagem eletrônica sem a ajuda do cérebro, eles produziriam pontos de luz desiguais e confusos. O cérebro pode dar sentido a essa massa de informação visual, e construir uma imagem reconhecível.

Por exemplo, o cérebro ajusta as cores das coisas que nós vemos, sem termos consciência disso. Uma maçã ainda aparece com a mesma cor quando a vemos sob luz solar brilhante, ou na luz amarelada do anoitecer. As fotografias coloridas mostram que o que realmente aparece é bem diferente. O cérebro apenas falha no ajuste quando uma luz colorida muito brilhante incide sobre a maçã, como a iluminação a vapor de sódio.

Estes contínuos ajustamentos e alterações significam que a parte consciente do cérebro é freqüentemente iludida, como as fotos coloridas podem provar. E é esta tentativa de interpretação de imagens visuais que pode pregar algumas peças ao olho, causadas por ilusões visuais (ilusões ópticas), tais como as mostradas nesta página, O cérebro tenta forçar alguma ordem em formas que podem ter varias interpretações diferentes.

Glossário

Acomodação: a capacidade do olho em ajustar a forma de seu cristalino, de maneira a focalizar claramente os objetos tanto de perto quanto de longe.

Astigmatismo: defeito visual que resulta de uma falha de curvatura da córnea.

Bastonetes: células cilíndricas e finas da retina, que respondem à luz, mas não podem distinguir cores. São muito sensíveis e proporcionam a visão em áreas de pouca luz.

Bifocal: óculos fabricados com duas partes em cada lente, de modo que unia pessoa com falta de acomodação visual possa enxergar os objetos de longe e de perto.

Campo visual: a área que vemos enxergar sem mover os olhos.

Catarata: defeito visual causado pelo embaçamento do cristalino.

Células ganglionares: células nervosas da retina que transformam as mensagens dos bastonetes e cones para as fibras nervosas que passam-nas para o cérebro.

Cones: células receptoras de luz com a extremidade em ponta. Os cones registram a cor e a luz brilhante e são importantes para enxergar detalhes.

Convergência: tendência dos dois olhos em apontar levemente para o interior quando eles enxergam um objeto. A convergência é mais marcante quando o objeto move-se para mais perto do olho.

Cores complementares: cores opostas. Imagens residuais são geralmente de uma cor que é complementar à cor que está sendo vista.

Córneas: cobertura transparente da frente do globo ocular.

Córtex: parte da superfície do cérebro onde a informação recebida é classificada e atuada.

Cristalino: estrutura transparente e arredondada que focaliza a imagem sobre a retina. O cristalino dos olhos difere das lentes dos óculos pois é flexível. Portanto, capaz de focalizar objetos de perto e de longe.

Daltonismo: defeito visual no qual o reconhecimento de certas cores é distorcido. Há muitos tipos diferentes de daltonismo, mas o mais comum é o verde-vermelho.

Esclerótica: a cobertura branco-leitosa da maior parte do globo ocular. Ela é grossa e flexível, dando ao olho sua forma arredondada.

Fotorreceptores: bastonetes e cones. Células da retina sensíveis à luz.

Fóvea: pequena área da retina, na qual as células cônicas estão cerradamente agrupadas. Os olhos movem-se de modo que o centro da imagem que nós enxergamos é focalizada na fóvea.

Hipermetropia, ou visão longa: defeito visual no qual o olho não pode focalizar claramente os objetos que estão perto.

Humor aquoso: liquido fino e transparente que preenche a parte anterior do olho.

Humor vítreo: material gelatinoso, claro, que preenche o globo ocular atrás do cristalino. A luz passa livremente através do humor vítreo.

Íris: tela muscular em forma de anel na parte anterior do olho, que se abre e fecha para regular a quantidade de luz que alcança o cristalino. A íris é a parte colorida do olho, geralmente azul ou castanha.

Lisozima: um agente desinfetante natural produzido pela lágrima. Ele mata os microrganismos que, de outra maneira, poderiam crescer na córnea.

Membrana coróide: camada entre a retina e a esclerótica que supre o olho de sangue.

Miopia, ou visão curta: defeito visual no qual o olho não pode focalizar claramente os objetos distantes.

Músculos ciliares: anel de pequenos músculos que mudam a forma do cristalino permitindo a focalização.

Nervo óptico: feixe de fibras nervosas que leva os sinais de cada olho para o cérebro.

Ponto cego: área onde as fibras nervosas e os vasos sanguíneos saem da retina. Não contém células sensíveis à luz e, portanto, é "cego" Pupila pequeno buraco no meio da íris. Ela se abre e fecha mantendo a quantidade apropriada de luz que entra no olho.

Quiasma óptico: o ponto no qual os dois nervos ópticos juntam-se e as fibras nervosas das metades centrais da retina se cruzam, indo para lados opostos do cérebro.

Retina: revestimento interno da parte traseira do olho, na qual estão localizados os bastonetes e os cones.

Rodopsina: pigmento púrpura contido nos bastonetes, que é clareado pela luz, provocando na célula a produção de um sinal elétrico. Também é chamado de púrpura visual.

Visão estereoscópica: capacidade de detectar a profundidade daquilo que enxergamos devido à interpretação levemente diferente das imagens recebidas de cada olho. Também é chamada de visão binocular.

Visão periférica: a capacidade de se perceber os objetos quando não estamos olhando diretamente para eles. A visão periférica usa a célula cônica das bordas do campo visual e é, portanto, menos sensível do que a visão normal, quando a luz cai na fóvea.

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  Série Corpo Humano