Cada olho produz uma "imagem" separada no cérebro, e estas são sobrepostas para produzir a imagem completa que nós vemos. Isto é, o cérebro vê uma imagem na qual a parte do meio é formada de mensagens recebidas de ambos os olhos. As bordas da imagem são vistas apenas pelo olho esquerdo ou pelo direito. Isto significa que a parte central é muito clara, e é estereoscópica. A área inteira é chamada de campo visual.

O campo visual de cada olho é quase redondo, mas uma grande parte é obscurecida pelo nariz, embora raramente nós percebamos isso. Quando sobrepostos, o campo visual para os dois olhos tem a forma de óculos.

Devido as células bastonetes e cones que detectam luz não estarem espalhadas uniformemente através da retina, o campo visual varia para cores diferentes. Os bastonetes estão espalhados na maior parte da retina, de modo que o campo visual é maior quando se vê em branco e preto. Os cones que detectam vermelho, amarelo-verde e azul-violeta estão agrupados de maneira ligeiramente diferente, então a nossa visão colorida não é tão acurada quando não estamos olhando diretamente para um objeto.

Vemos melhor quando a imagem na retina cai na f onde a maioria dos cones está agrupado. Nas bordas da retina está espalhada a maioria dos bastonetes, e estes são geralmente usados para detectar movimentos. Quando a nossa atenção é atraída por um movimento visto com esta visão periférica, o olho gira para olhar diretamente, e assim a imagem cai na f e pode ser vista claramente.

Os caminhos do cérebro

A maior parte das atividades do cérebro tem lugar em parte de sua superfície, em uma área chamada córtex. Uma grande área deste é destinada a receber e usar as informações vindas dos órgãos dos sentidos, e destas a maior proporção é para a visão.

As informações visuais alcançam o cérebro através dos dois nervos ópticos. Onde estes encontram o cérebro, eles se juntam e trocam algumas das Informações que carregam. A informação do lado esquerdo de cada retina é então levada para o lado esquerdo do cérebro e a do lado direito de cada retina para o lado direito do cérebro. Este cruzamento de informações tem lugar em um ponto chamado de quiasma óptico.

Uma vez dentro do cérebro; a informação visual é levada através de mais fibras nervosas para o córtex visual, situado na parte de trás do cérebro. Aqui, todas as informações codificadas são juntadas para formar uma imagem e as informações de cada olho são comparadas para produzir a visão estereoscópica.

do vemos alguma coisa, à nossa direita, a luz entrando no olho cai do lado esquerdo da retina, e é processada pelo lado esquerdo do cérebro. Assim, tudo que está de um lado de nosso olhar é "visto" pelo lado oposto do cérebro.

A "visão" é o resultado da produção de um padrão de mini impulsos elétricos na superfície do córtex visual. Se pequenas quantidades de eletricidade fossem aplicadas na superfície do cérebro, nós "veríamos" pequenos pontos de luz, cada um correspondendo ao ponto onde a eletricidade tocou.

Como o olho se move

O olho acomoda-se confortavelmente em sua órbita óssea, mas pode mover-se livremente para nos permitir olhar ao redor sem mover a cabeça. O globo ocular repousa em uma camada de gordura e pode girar e mover-se quase em qualquer direção. Seus movimentos são limitados pelo nervo óptico.

Cada olho é movido por seis músculos que, quando trabalhando juntos, podem virá-lo em qualquer direção. Eles são pequenas tiras de

músculos achatadas, ligadas à esclerótica em uma extremidade e ao revestimento da órbita ocular na outra. Quatro desses músculos espaçados regularmente são ligados perto da frente do olho. Os outros dois envolvem o globo ocular como um anel.

Quando os músculos de um lado do olho puxam ou se contraem, fazem o globo ocular girar em sua direção. Desse modo, o olho pode mover-se em qualquer direção, 500 para cima, 35° para baixo, 45° para o lado de fora e 50° para dentro em direção ao nariz. O olho gira em direção ao nariz para permitir a convergência, onde eles se "cruzam" quando olhamos objetos muito próximos.

Os dois olhos se movem juntos, com instruções do cérebro. Virar os olhos para acompanhar um objeto em movimento é um processo imensamente complicado, no qual o cérebro usa a imagem recebida dos olhos para computar a velocidade do objeto. O cérebro emite instruções precisas para dois ou três dos seis músculos, dizendo-lhes para se contrair na exata medida para dar o movimento apropriado.

O olho sem descanso

Nossos olhos nunca estão completamente parados. Os músculos que controlam seus movimentos contraem-se continuamente de maneira muito leve, de modo que os olhos deslocam-se incansavelmente, movendo-se apenas em minúscula quantidade. Não temos consciência desse tremor, mas ele é muito importante.

Se o olho se mantivesse rigidamente fixo, de modo que a imagem ficasse no mesmo pedaço de bastonetes e cones na retina, a luz clarearia a púrpura visual e outros produtos químicos dessas células receptoras de luz, e as manteria claras.

Assim, mais nenhum sinal elétrico poderia ser enviado ao cérebro até que os bastonetes e cones estivessem recuperados.

Devido a esse contínuo tremor, conjuntos diferentes de bastonetes e cones são estimulados para produzir um sinal, e o cérebro transforma todos esses padrões tremulantes em uma imagem clara. Isso também evita que tenhamos consciência do ponto cego, que, de outro modo, poderíamos perceber como um ponto escuro.

Embora nosso controle sobre o movimento do olho seja muito efetivo, leva um certo tempo para mover o olho, e isso pode, algumas vezes, ser uma desvantagem. Quando lemos, nossos olhos deslocam-se para trás e para a frente através da página, movendo-se muito rapidamente. Mas a velocidade em que lemos é limitada pela velocidade e perfeição com a qual o olho pode localizar e manter a imagem das palavras precisamente na fóvea.

No piscar de um olho

A delicada córnea precisa de proteção cuidadosa para mantê-la macia e sem arranhaduras. Para isso, ela é mantida úmida e lubrificada pelas lágrimas. As glândulas lacrimais estão posicionadas acima e do lado de fora de cada olho e estão continuamente derramando lágrimas, produzindo cerca de 0,5 ml por dia cada uma.

As lágrimas são espalhadas sobre a córnea pelas pálpebras quando piscamos. Isto acontece automaticamente a intervalos de 2 a 10 segundos, embora não estejamos conscientes disso. Há glândulas especiais nas pálpebras que espalham uma secreção oleosa sobre a córnea, retardando a secagem de sua superfície.

As lágrimas mantêm a córnea limpa, e também evitam infecções do olho. O líquido claro contém uma substância chamada lisozima, que destrói as bactérias e outros organismos produtores de doenças.

As lágrimas são drenadas do olho para um pequeno saco na sua borda interior. Este saco lacrimal se esvazia toda vez que nós piscamos, em seguida enche-se outra vez de lágrimas, trabalhando como uma bomba de sucção. As lágrimas caem na cavidade atrás do nariz, correm para a garganta e são engolidas.

Os olhos estão bem protegidos pelas pálpebras e cílios. Os cílios evitam que qualquer coisa raspe o olho, e, sendo muito sensíveis ao toque, também servem para nos avisar que algo está muito próximo.

Piscar é uma reação automática que ocorre quando qualquer coisa é trazida de repente para perto do olho. Acontece muito rapidamente, em geral antes que tenhamos consciência do perigo. E uma reação defensiva do corpo, chamada reflexo.

Olhando para dentro de seu próprio olho

Quase todas as partes do nosso corpo são supridas com sangue, que fornece oxigênio e alimento e remove os resíduos produzidos no corpo. A retina não é uma exceção, e toda a sua superfície é coberta com uma complicada rede de finos vasos sanguíneos. O pigmento vermelho do sangue é opaco à luz, de modo que nós esperaríamos que os vasos ramificados lançassem uma "sombra", evitando que a luz chegasse aos bastonetes e cones que ficam atrás deles.

De fato, embora esses vasos sanguíneos lancem sombras, o cérebro as ignora. Mas você pode ver a complicada rede de vasos sanguíneos em seu próprio olho, com a ajuda de uma pequena lanterna. Segure a lanterna em sua mão direita e encoste-a levemente na extremidade externa da pálpebra superior de seu olho direito fechado. Agora, mova a ponta da lanterna em um pequeno círculo. Depois de alguns segundos, você começará a "ver".

Conforme a imagem se desenvolver, logo se tornará muito clara, parecendo com uma árvore nodosa. Quando você roda a lanterna, os ramos se movem. Segure a lanterna parada e a imagem desaparece. Esta imagem é a sombra dos vasos sanguíneos na retina.

O cérebro cancela qualquer imagem que permanece na retina por um longo tempo, ignorando qualquer coisa que possa dar uma imagem falsa do mundo que vemos. O cérebro ignora a sombra dos vasos sanguíneos na retina porque eles estão normalmente parados, estando firmemente fixados na retina. Movendo a luz em círculos, nós damos unia falsa impressão de movimento dos vasos sanguíneos, e eles são "notados".

Problemas dos olhos

Por causa de sua estrutura e do modo pelo qual trabalha, o olho é capaz de corrigir pequenos erros de focalização. O cristalino pode mudar a sua forma para trazer a imagem bem focalizada, e algumas vezes as dores de cabeça amolantes são os únicos sinais de que os olhos estão tendo muito trabalho para corrigir esses erros e manter a visão trabalhando bem.

Algumas vezes o olho se desenvolve incorretamente. Como o olho aumenta de tamanho conforme crescemos, um defeito pode tomar-se evidente apenas gradualmente.

A miopia, visão curta, é um defeito muito comum desse tipo. Ela é causada pela distorção do globo ocular, que se torna muito comprido no sentido da frente para trás, ou também quando o cristalino é muito redondo. Em qualquer caso, o resultado é que a imagem de objetos distantes é formada muito longe na frente da retina, de maneira que a imagem caindo na retina está fora de foco. Objetos próximos podem ser vistos claramente, onde os raios de luz são normalmente bem curvados, mas o olho não pode acomodar-se o suficiente para focalizar objetos distantes.

Na hipermetropia, ou vista longa, o olho é muito curto ou o cristalino é muito achatado. Nesse caso, a imagem é formada atrás da retina. Uma pessoa com hipermetropia pode ver objetos distantes bastante claramente, mas não pode focalizar qualquer coisa próxima. Um problema semelhante se desenvolve quando envelhecemos e o cristalino toma-se mais rígido, tomando-se fixo em sua posição achatada.

A luz entrando no olho começa a curvar-se conforme passa através da superfície curvada da córnea. Se a córnea ou o cristalino não são perfeitamente redondos, isso afeta o modo como a luz é curvada, de modo que a imagem é borrada ou distorcida. Esta condição é chamada de astigmatismo.

Corrigindo a visão

Quase todos os tipos de problemas dos olhos causados pela forma defeituosa, ou do globo ocular ou do cristalino, podem ser corrigidos pelo uso de óculos. Óculos apropriados curvam a luz que entra no olho de tal modo que a imagem correta é restaurada.

Na miopia são necessárias lentes côncavas. Este tipo é mais fino no meio do que nas bordas. Seu efeito é curvar a luz para fora do seu centro. Por causa disso, a luz atinge o cristalino em ângulo diferente, e pode ser focalizada para produzir uma imagem no lugar apropriado na retina.

Na hipermetropia, onde o cristalino é muito chato para curvar suficientemente a luz, os óculos são de lentes convexas, ou redondas, que aumentam a força de curvatura do cristalino do olho e corrigem a imagem.

Do mesmo modo, o astigmatismo é corrigido com lentes apropriadas que são curvadas de tal modo que cancelam a curvatura errada da superfície da córnea.

Quando o cristalino perde a sua flexibilidade e não pode acomodar-se para a visão de perto ou de longe, é necessário, algumas vezes, o uso de lentes especiais chamadas de bifocais. Estas são feitas de tal modo que, quando os olhos olham direto para a frente, os objetos distantes podem ser vistos claramente. Quando os olhos são baixados, como para ler, eles olham através de uma área especial da lente, de modo que os objetos próximos podem ser vistos claramente.

As lentes de contato agem da mesma forma que os óculos, exceto que elas são colocadas diretamente sobre a córnea. Elas são muito pequenas e finas, feitas de plástico transparente. Alguns tipos são de plástico rígido, enquanto que outras são de material elástico e macio.